sexta-feira, 29 de agosto de 2014

engana-se quem pensa que é amizade

Eu não deveria ter te ligado. Eu já o sabia antes mesmo de o fazer. Mas o whisky digitou o teu número por mim, não que já não o tivesse gravado no telemóvel,  mas é que o meu inconsciente teima em fazer com que eu não me esqueça de cada algarismo do teu número de telefone,  que é o único que eu sei, para além do da minha mãe!
Eram 4:47h de uma sexta-feira malvada, e eu tinha esperança de te encontrar ainda na noite, num bar ao lado, a caminho da minha casa, sei lá..
Com voz de sono, ouvi da tua boca palavras sussurradas como, já devias estar a dormir, esta vida não te leva a lugar nenhum... agora tenho de desligar, não a quero acordar, amanhã vamos para Londres, uma semana.
Londres ! Lembrei-me de todas as vezes que disseste que adoravas e que querias lá voltar, mas eu dizia que não,  que não achava beleza nem encanto nenhum àquela cidade e que o clima era de constante nevoeiro ... tão mesquinha que eu fui. Agora vais para lá com outra pessoa que não eu, com quem fizeste planos de viajar o mundo !
Eu não deveria ter te ligado. Eu tinha a certeza !
Foi como um balde de água fria, fiquei sóbria de um momento para o outro! Não sei se voltaste a adormecer facilmente, ou se saíste da cama para fumar aquele pensativo cigarro... a verdade é que agora de ti eu já não sei quase nada, e nem tive a oportunidade de dizer o que eu queria: como é que estás ? Gostava imenso de saber como está a tua vida... sabes, um dia já fomos amigos.

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